segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Religião não define caráter


Antonio

Se a imprensa não divulgou, "aqui eu posso falar, tô na minha área", como diria Seu Jorge. Empresas de mídia não divulgaram um campanha publicitária que procurava combater o preconceito contra ateus. Uma delas informou que a recusa ocorreu exclusivamente por causa de uma lei municipal, até onde isso é verdade só Deus sabe. A notícia completa vocês podem encontrar aqui. A seguir, as propagandas com suas imagens e seus dizeres, que foram o que me chamou mais atenção (clique para ampliar).



Sou a favor dessa campanha em gênero, número e grau e discordo da idéia defendida pelo jornal de que essas frases incitam ao preconceito ou questionam a existência de Deus, pelo contrário, elas visam justamente combater o preconceito contra os ateus. São um bocado fortes e impactantes, reconheço, mas acho que se você parar pra refletir direitinho, expressam nada mais que a verdade, ainda que não queiramos admitir nossa própria hipocrisia.

Só faço uma ressalva à frase "a fé não dá respostas; ela só impede perguntas". Há de se relativizar um pouco essa afirmação, pois ela provavelmente representa a visão de um cientista ou historiador (já vi muitos deles falando coisas parecidas). Num contexto de Idade Média, onde a Igreja Católica utilizava a fé para subordinar as pessoas, essa frase poderia ter um pouco de verdade. Mas mesmo assim sabemos que quem tem fé na existência de um (ou mais de um) Deus encontra muitas respostas a suas inquietações em suas orações ou rituais religiosos.

Sou a favor, na verdade, de todas as religiões, pois todas eles visam ao bem. Com relação aos ateus, acredito que, se é que o céu existe mesmo, os ateus que eu conheço irão todos pro céu, pois todos os ateus e agnósticos que conheço são excelentes pessoas. E eu não acredito que meu Deus (para os que não me conhecem, eu sou espírita) seja vingativo ou intransigente a ponto de exigir que todos acreditemos nele, senão iremos ao fogo do inferno (rapaz, espíritas não acreditam em céu e inferno, mas enfim). Deus defende em sua palavra o livre-arbítrio. Quem somos nós para julgarmos os ateus e dizermos que eles estão certos ou errados? Aliás, quem somos nós para opinar sobre o que é Deus? Somos tão insignificantes para definirmos Deus com precisão... Eu acho que crenças são crenças, cada um tem a sua, e pronto.

Um abraço a todos e até a próxima

1 comentários:

Bruno disse...
27 de fevereiro de 2012 às 18:19  

Não publicaram porque a campanha é ofensiva contra um grupo muito maior que o dos ateus. Antes de pedir tolerância é preciso demonstrar tolerância. Essa campanha incita ao preconceito muito mais do que inibe.